terça-feira, 15 de março de 2011

Resiliência


Construí minha ponte firme e forte
Certo da engenharia de minhas emoções

Na vaidade de minha inocência,
Alardeei em vão meu feito à multidão

Pobre diabo!
No primeiro vento foram-se
As pilastras de sustentação
E meu sonho imergiu nas águas do esquecimento

Os ecos da multidão me diziam o que eu já sabia;
O que minha razão sufocada tentou
Por vezes me dizer

Mas, firme, e certo de que cada fim
É um novo começo
Nado agora em busca da terceira margem do meu rio
Onde recomeçarei impetuosamente tudo outra vez


Augusto F. Guerra

Um passo em falso

Andava pela cidade das estrelas
Cego pelo esplendor das luzes
Quando uma pequenina estrela
Frágil e bela como a divindade
Pediu-me que alçasse vôo com ela
Encantado pela sua beleza, e
Iludido pelo travesso coração
Respondi que sim
Assim seguimos rumo ao universo

Na minha ansiedade em busca de um sol
Esqueci da minha condição de humano
E assim foi
Primeiro o frio
Depois o ar rarefeito
Mais adiante o oxigênio cessou
E meu corpo caiu como uma estrela cadente
No vazio do meu mundo

Augusto F. Guerra