terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Novos vendavais( trilogia)




I. Nuvem de neon



Não sei quando nem como

Mas algo bagunçou aqui dentro

Meu reflexo era tão claro e preciso

De repente... Meu espelho ficou míope


II. Natureza morta



A brisa suave da noite veio

Deixou-me tonto e confuso

Perdi o equilíbrio, quase caí


Um cheiro de estrelas ficou

Impregnado em meus sonhos

Na casa de taipa vi...

A grande roda de madeira

Começar a brincar com o rio

Beijar-lhe a pele dissolúvel

E tentar desesperadamente

Reter suas águas

Que infiltravam na madeira

Velha e úmida

Acariciavam seu espírito

E viravam vapor



III. Passos de pó



Peguei uma corda

Forte e resistente

Lacei um nó

Amarrei-a

Num ponto alto

Da casa

Depois preparei

Uma alça

Com o diâmetro

Exato

Firme subi num banco

Certo da minha decisão

Alcei a corda

Bem apertada

Depois saltei do banco


Do chão observei embargado

O estrangulamento da minha

Poesia




Augusto F. Guerra



3 comentários:

Erick disse...

O mestre Fabio!!!

Demorei um pouco para achar seu blog e ainda só achei porque lembrei da historia “A adiposíssima senhora...”
Certa vez você me fez fazer umas modificações em “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabia...” e transformei em “Minha terra tem mulheres as quais sempre hei de amar...”O tempo de BregaD massa.
Depois eu te fiz uma pergunta “como se faz um poema professor?”e a resposta do mestre foi “escreve o que você quiser!!!”. Então ai eu descobrir que a essência de um poeta é o que é simples, pois todos entendem, é apenas dizer realmente o que pretendo dizer, acho que por isso eu enlouqueci e virei mais um louco musico e poeta nesse planeta minúsculo.
Poetas são sérios?
Se for eu não sou poeta sou uma raça parecida!
Resolvi modificar um poema seu “A natureza morta” claro de uma maneira irreverente, pois não sou louco e não ando sendo serio com amigos, espero que goste.


A erva morta

Um cheiro suave dela veio
Deixou-me tonto e confuso
Perdi o equilíbrio, quase caí
O cheiro de ervas ficou
Impregnado em meus sonhos
Minha casa de taipa vi ...
Cair do morro como uma grande roda de madeira
Ate se desfazer dentro do rio
A raiva era minha pena do baseado
Que tentei desesperadamente
Esconder das águas
Que infiltravam no papel
Já velho e úmido
Destruindo a viajem do meu espírito
Que virou fumaça.

Erick disse...

se puder da uma olhada no meu blog.
www.pensamentosloucuras.blogspot.com

Isabela disse...

Gostei muito do seu blog!! Você tem o dom da escrita!! Continue assim!!