Um dia pensei em ser sol
Mas meus raios não iam tão longe
Nem minha luz era tão acalentadora
Me lancei nas nebulosas das emoções
Vaguei pelo universo de minhas idéias
E quis ser planeta: sem luz, mas
Propício a gerar vida e cores
Talvez até um asteróide
Ou cometa que, vagasse livre
Sem rumo, e um dia descansa
No ventre da terra
Mas, não...
O tempo veio devagar
Chegou com suas mãos ásperas
Puxou-me pelo ombro aridamente
E sussurrou no meu ouvido
Com uma voz de fogo e ácida
“Tu és satélite: não brilharás,
Não gerará, vida, não serás livre.
Teu destino é girar e servir
À gravidade de meus astros”
Depois disso, me fez lua.
Augusto F. Guerra
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