terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Luz difusa


Um dia pensei em ser sol

Mas meus raios não iam tão longe

Nem minha luz era tão acalentadora


Me lancei nas nebulosas das emoções

Vaguei pelo universo de minhas idéias

E quis ser planeta: sem luz, mas

Propício a gerar vida e cores

Talvez até um asteróide

Ou cometa que, vagasse livre

Sem rumo, e um dia descansa

No ventre da terra


Mas, não...

O tempo veio devagar

Chegou com suas mãos ásperas

Puxou-me pelo ombro aridamente

E sussurrou no meu ouvido

Com uma voz de fogo e ácida

“Tu és satélite: não brilharás,

Não gerará, vida, não serás livre.

Teu destino é girar e servir

À gravidade de meus astros”

Depois disso, me fez lua.


Augusto F. Guerra

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