Parei de me iludir quando descobri que
A esperança é gás tóxico
Que só existe no vício
Inocente de quem ainda compra
Balinhas soft
Augusto F. Guerra
Parei de me iludir quando descobri que
A esperança é gás tóxico
Que só existe no vício
Inocente de quem ainda compra
Balinhas soft
Augusto F. Guerra
Mais uma vez estou de frente para o abismo
E lá está a imagem de meu tormento
As madeixas longas e negras das ondas do mar
A pálida e sedutora brancura da areia sedosa
Os contornos sensuais e convidativos das duras rochas
A voz serena e doce do vento aos meus ouvidos
Que vem do mar, que não me chama... Mas incita-me
Ah, mar!
Um mar que já tem dono; é da terra e com ela
Faz matrimônio
Mas a estúpida voz da minha ilusão me diz
Para cortar o vento que nos separa e
Lançar vôo ao infinito, mergulhar
Na esperança gasosa e alcançar
Seu seio límpido, e me afogar
Em seu peito indiferente
Augusto F. Guerra
Ao som do vento ruidoso
Bailam as folhas da palmeira
Indiferentes aos
Olhares desatentos
Atenta ao passante
Que se disfarça de dor
Agita-se e lhe acena
Pede à brisa um favor
Doce lembrança de beijo furtivo
Augusto F Guerra
Não sou sombra
Nem esfinge
Não navego no mar de esperar
Tampouco deságuo
No oceano de outras cores
Não sou peixe, nem pássaro
Nem te escuto, nem te vejo
Tenho dois caminhos
O meu sim e o meu não
Se de mim é certa tua idéia
Pega uma corda e acaricia
Teu pescoço
E se não te agradam esses versos
Saibas que é agreste minha alma
Augusto F. Guerra
Pego uma idéia que passa
Por sobre minha cabeça...
Uma tempestade de cores
Vultos se colorem em lembranças
Cada possibilidade é um contorno
Com contrapontos de esperança
Tudo na ponta do pincel
Na ponta do lápis
Na ponta da língua
Torrente e profusão de sensações
Senso, contra-senso
Paixão e loucura
Vieses de uma mesma escolha
Augusto F. Guerra