Mais uma vez estou de frente para o abismo
E lá está a imagem de meu tormento
As madeixas longas e negras das ondas do mar
A pálida e sedutora brancura da areia sedosa
Os contornos sensuais e convidativos das duras rochas
A voz serena e doce do vento aos meus ouvidos
Que vem do mar, que não me chama... Mas incita-me
Ah, mar!
Um mar que já tem dono; é da terra e com ela
Faz matrimônio
Mas a estúpida voz da minha ilusão me diz
Para cortar o vento que nos separa e
Lançar vôo ao infinito, mergulhar
Na esperança gasosa e alcançar
Seu seio límpido, e me afogar
Em seu peito indiferente
Augusto F. Guerra
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