sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vozes do mar


Mais uma vez estou de frente para o abismo

E lá está a imagem de meu tormento

As madeixas longas e negras das ondas do mar

A pálida e sedutora brancura da areia sedosa

Os contornos sensuais e convidativos das duras rochas

A voz serena e doce do vento aos meus ouvidos

Que vem do mar, que não me chama... Mas incita-me

Ah, mar!

Um mar que já tem dono; é da terra e com ela

Faz matrimônio

Mas a estúpida voz da minha ilusão me diz

Para cortar o vento que nos separa e

Lançar vôo ao infinito, mergulhar

Na esperança gasosa e alcançar

Seu seio límpido, e me afogar

Em seu peito indiferente

Augusto F. Guerra

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