sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ensaio: Dizer não é dizer sim para si!

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Os otimistas vêem qualquer ato de esperar o bem vindouro como Esperança. Isso é uma virtude, pois tudo de bom se vê em tudo que se enxerga. Tudo de bom se pensa sobre o quê está por vir, e das pessoas que nos cercam. Porém nem tudo que se espera se constitui realmente como esperança; muitas vezes é Ilusão. Logo, há o esperançoso, que se apega às reais possibilidades do por vir, e o iludido, que será um potencial desiludido.

Esperar um bem que possa acontecer é positivo, desde que este apresente indícios que comprovem a sua possibilidade real de ocorrer. Isto é a esperança, um sentimento fundado e alicerçado em concretudes. A esperança de reencontro, de reconciliação, de salvamento, de dias melhores, etc. se concretizam, a partir do momento em que há um caminho que conduza ou que permita o desdobramento das realizações. Caso contrário, o que se experimenta é a ilusão.

Ilusão, ou a construção arbitrária de uma falsa esperança é algo inerente ao ser social. É uma tentativa, por mais masoquista que seja, de se construir ou alcançar a tão preconizada felicidade, ou realização pessoal plena, a despeito da realidade circundante. A construção de uma possibilidade real - imaginária, portanto, falsa aos olhos realistas, é preconizada nas relações sociais cotidianas, que em momentos de sofrimento, alimentam o irreal e o imaginário. Assim, iludir-se é esperar a concretização de uma possibilidade sem concretude; que não existe.

O paradoxo que se forma entre o esperar e o não acontecimento do fato esperado gera a Desilusão.

Há como se fugir da desilusão, que é perniciosa ao psicológico humano? Sim, há. Primeiro deve-se questionar sobre o que se esperar e sua real concretização; segundo, deve-se buscar perceber onde finaliza a esperança e onde começa a ilusão; terceiro e último, deve-se arraigar na mente que a felicidade é uma preconização social, não algo inerente ao ser ou existir humano.


Augusto F. Guerra

Um comentário:

Lília R. disse...

não, não há como se fugir da desilusão. se questionar sobre o ato de esperar é puramente respostas prévias próprias, tiradas de momentos isolados que podem ou não terem sido "verdadeiro"(no sentido do outro ser sincero). a esperança e a ilusão são algos ligados, um não vive sem o outro. sem ilusão, não há esperança e vice-versa. quanto a felicidade... seria apenas um estagio passageiro e remoto onde focalizamos coisas ou pessoas como uma razão para isso; quando na realidade isso estamos sendo felizes todos os dias, mas só nos damos conta quando fazemos questão de expor pros quatro canto do mundo.