Fere...
Corta...
Dilacera a carne, lembranças
Em chamas a alma crepita
De onde o inferno era só uma chama...
No fundo um desejo:
Congelar no frio da solidão
Para anestesiar as feridas
Da incisão brutal do abandono
Sem asas para voar o destino é a queda
No vazio do encontro consigo
Um encontro tardio...
Arrependimento esquartejado
Dor latente, mente em convulsão
Olhos secos, rubro semblante
Serve-te da corda temperada para ti!
Espera teu o diâmetro pescoço
Ou isso...
Ou...
Fere...
Corta...
Dilacera a carne: Lembranças
Augusto F. Guerra
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