sábado, 30 de agosto de 2008

De como não fui ladrão


Essa é interessante. Acho que o destino não me quis como um meliante. Sim, digo o destino porque foi pura sorte (ou azar!!!) eu ter sido pego em flagrante naquela tediosa e nublada manhã de segunda-feira. Vamos direto aos fatos. Eu era uma jovem criança de 4 anos. Morava com meus pais e meus dois irmãos. Nunca fui uma criança problema, pelo contrário, sempre fui muito quieto e comportado, afinal minha mãe sempre jogou duro e meu pai... Com esse não tinha nem brincadeira. Um pequeno deslize e ele lançava um daqueles olhares que era pior que uma surra. Meu irmão já era o oposto de mim, muito brincalhão e peralta. O fato é que nesse dia encontrava-me solitário, sem ninguém para brincar. Meu irmão como já se encontrava na idade estava na escola. Foi então que minha mãe me chamou para irmos à casa de uma ex-vizinha e amiga de nossa família: Dona Amália. Essa Dona Amália tinha dois filhos, o Cléber e a Sara. Convivíamos muito bem juntos. Brincávamos, brincávamos e brincávamos, e quando nos sobrava tempo, nas horas vagas, brincávamos um pouco mais para não perder o costume. Depois de algumas quadras lá chegamos. Para aumentar o meu tédio, ao chegarmos á casa da Dona Amália, percebi que seus filhos não se encontravam. Também haviam ido para aquela tal escola que meu irmão estudava. Puxa! Aquilo era realmente muito chato, duas senhoras conversando sobre seus interessantíssimos cotidianos de donas de casa, e eu lá, que nem uma besta sem ter o que fazer, sem ninguém para brincar. Percebendo a falta de atenção das duas mulheres para comigo, comecei a bisbilhotar pela casa. E eis que fulgurante e reluzente um tesouro vislumbrava-se diante dos meus pequeninos e cobiçosos olhos: um brinquedo. Na verdade eu era uma criança pobre, nunca tive muitos brinquedos, pra ser sincero eram bem poucos os que tinha. Finalmente minha cinzenta manhã colorira-se com um pouco de alegria. Então comecei a brincar com aquele pequenino brinquedo: um boneco do Pinóquio vermelho. Passados alguns minutos de diversão e distração, ouvi a voz de minha mãe a me chamar. “Guto, meu filho, vamos embora que é tarde”. Que droga, logo agora que começava a me divertir. Então diante daquela situação, no mínimo injusta- deveria existir uma lei que proibisse um adulto de interromper a diversão de uma criança- não exitei... Pelo que lembre na verdade nem pensei no que estava fazendo. Enfiei o boneco no bolso para que em casa pudesse dar seguimento à minha empreitada de diversão. Roubo! Na verdade nem sabia ao certo o que era isso. Tudo ia muito bem. Deixamos a casa de Dona Amália sem que de nada desconfiassem as duas mulheres. Porém, como todo réu primário, acabei por entregar-me por não conter-me em mim com o sucesso de minha empresa. No meio do caminho retirei o boneco do bolso e comecei a brincar. Ao perceber aquele objeto em minhas mãos minha mãe me indagou: “O que é isso, Guto?”. Em silêncio fiquei, em silêncio permaneci. “Guto, o que é isso?”. Agora ela colocou o vocativo no início da frase! “De quem é isso? Diga!”. É... Quando não tem mais vocativo na sentença da mamãe é porque lascou-se tudo. Além de me fazer devolver o brinquedo e pedir desculpas à Dona Amália levei uma tremenda surra ao chegar em casa. A partir desse dia aprendi que roubar é feio, mas pior é roubar e não conseguir levar. Desse dia em diante me aposentei da vida do crime e resolvi seguir uma vida normal como a de qualquer criança da minha idade.

Cruz, Fabio. Compilação de minhas verdades: por Augusto Guerra; pg. 9-10.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Do mundo para Cabrobó


O cumpade Lau era proprietário de umas terras lá pras bandas de Cabrobó. Eram umas terras pequenas. A bem da verdade era um roçado. Lá ele plantava milho, macaxeira, feijão, tomate, batata, laranja, alface, cenoura, maracujá e outras culturas mais. Apesar das terras não serem de grandes expansões, o cumpade Lau era esperto o suficiente para aproveitar o espaço que lhe convinha.Um pé de cada cultura já dava pra alimentar a família. Desse montante de alimentos cultivados a maior parte ficava no seu roçado para sustento dele e da família. A outra parte era usada em trocas na feira livre, ou era vendida para se conseguir algum dinheiro. Era o cumpade Lau casado com Dona Zefa, e juntos tinham nove filhos: Pedro, Daniel, Augusta, Lindomar, Demétrio, Esdras, Joaquina, Rita e Antônio. Todos ajudavam seu Lau e sua mulher na colheita e nas tarefas domésticas. Fora isso não se tinha muito que fazer por lá. Os adultos faziam filhos, e as crianças... Estas aguardavam o momento de fazer o mesmo. Até lá ajudavam os pais no roçado. Não fazia muito tempo, tinha chegado energia elétrica pelas bandas de suas terras. Cumpade Lau não deu muita atenção. Isso até passar pela casa do cumpade Diodério, que havia comprado um aparelho de TV. Os eletrodomésticos viraram a sensação nas roças vizinhas. Liquidificador, aparelho de som, TV, geladeira. Era tudo uma novidade só. Era a energia elétrica uma benção pra aquela gente tão simples e humilde. Água gelada... Nossa! Aquilo era coisa de Deus. TV então... Era que uma diversão só. Desenho pras crianças, novelas para os adultos, telejornal para quem tinha estudado mais um pouquinho. Cumpade Lau ficou fascinado por aquela caixinha feita de um material plástico resistente e uma tela de vidro. “Acumaé que botaru essa gente toda aí drento?”. Mesmo sem saber como, cumpade Lau não poupou esforços. Juntou todo o dinheiro que pode – dinheiro proveniente das vendas dos excedentes do roçado - e foi numa loja para comprar a TV. Chegando lá descobriu que o dinheiro não era o suficiente. Era caro o aparelho. Se vendesse mais um pouquinho do que tinha plantado até que daria. Foi o que fez. Donha Zefa reclamou. Mas não adiantou, o homem era teimoso. Em casa fora uma festa só. As crianças pareciam pintinhos na bosta. Era que uma alegria só. Até Dona Zefa desfez a cara feia. Agora sim, seu Lau estava contente. “Eta bicho bão esse negócio de telévesão!”. Mas seu Lau não se conteve. No mês seguinte começou a namorar um aparelho de som. Musica... era “bão”. O mês anterior já tinha sido um aperto só por causa da TV. Para comprá-la, seu Lau teve que vender boa parte da colheita. E agora o som! Mas não podiam ficar sem. Aquilo também era coisa de Deus. Então comprou. Fora-se a outra parte da colheita. A comida começou a faltar na casa de seu Lau. Mas não era nada grave. Nada que uma farinha com açúcar não resolvesse. As crianças, entretidas com a TV, e agora o aparelho de som, nem lembravam o “de cumê”. Mas as compras não pararam por aí. No mês seguinte veio o liquidificador, no outro a geladeira. Dona Zefa até pediu uma batedeira pra seu Lau. E ele comprou. Depois de tanta gastadeira a comida faltou na mesa. As crianças começaram, a reclamar, Dona Zefa tava que era um agonia só. Seu Lau não tinha dinheiro pra comprar comida. Da roça tinha vendido tudo. Só havia umas palmas que nasceram por acaso no roçado. Sem colheita pra trocar ou pra vender, não teve como pagar a tal da conta de luz. “E tem isso é?”. Famintos os meninos começaram a chorar. A farinha e o açúcar também haviam acabado. Foi então que o menino mais novo, o Lindomar perguntou: “Painho, nóis pode cumê a TV?”.

Augusto F. Guerra

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Uma visão diferente


Você já tentou analisar a história da Chapeuzinho Vermelho por uma ótica mais realista e racional? Fora do contexto da fábula? Não? É... eu imaginei. Normalmente engolimos essas historinhas e seus fundos morais pela goela abaixo sem nos questionarmos sobre qualquer coisa. Será que a Chapeuzinho era realmente ingênua? E a vovó? Como ela permitiu a entrada do lobo na sua casa? O caçador estava certo em matar o lobo? E o lobo era esse realmente mau?

Para início de conversa, a Chapeuzinho Vermelho sabia muito bem dos perigos que a floresta escondia, e, se adentrou por ela ,foi por responsabilidade exclusivamente sua (primeiro vacilo). Inclusive ela foi o início de um efeito avalanche que acabou por findar com a vida do Sr. Lobo.

O fato é que a garota não deveria estar na floresta; se estava foi por desobediência. E aí começamos a nos questionar sobre a educação que sua mãe lhe proveu; se a mãe fosse realmente um exemplo suas palavras fariam sentido para a garota que tomaria o conselho da progenitora como uma verdade a ser seguida para seu próprio bem. Mas ao contrario, a jovem e corrompida garota, entrou na floresta e modificou a ordem natural das coisas. Encontrou o lobo!

Este, como animal selvagem que era, nada mais faria que cercar a garota, e buscar uma estratégia para atacá-la. Ele estava seguindo seus instintos. A jovem, naquele momento, fazia parte da sua cadeia alimentar. Logo teceu seu plano(instintivo) para se alimentar.

Como ele, o lobo, entrou na casa da vovó? Pois bem, a velha permitiu a entrada de um estranho em casa (Segundo vacilo da história). Um lobo! O que este fez? Devorou a velhinha. É claro! Se ele estava com fome, o que mais faria?

Depois chega a garota, com a cara mais lavada, na casa da vovó, como se fosse a maior santinha. Pior, não faz uma leitura racional das gritantes diferenças físicas entre sua avó e o lobo. Leitura e interpretação não eram o forte da garota. Provavelmente deveria ser uma aluna displicente.

Essa demora em reconhecer sua vovó demonstra a pouca estabilidade familiar e pouco convívio entre ambas. A família provavelmente não tinha uma relação sadia e cotidiana! Detalhe, a avó morava sozinha e estava doente. Tremenda consideração Chapeuzinho e sua mãe tinham pela avó. “A velhinha problema tem que ficar longe”. Esse parecia ser o lema da família. De outra forma não se explicaria o quase abandono da velha.

Então o lobo, que mais uma vez seguiria sua cadeia alimentar natural, é surpreendido por um caçador, que sem saber exatamente o que acontecia e com rifle em punho dispara contra o canino(terceiro vacilo). Até o policias sabem que não se pode atirar sem antes saber o que acontece. Em tese o inocente é que morreu. E esse caçador? Ele tinha porte legal de arma? Ninguém mencionou isso na história. Parece que abafaram o caso. Depois, ainda inventaram uma história de que a avó da garota foi retirada do estomago do lobo viva. Ou ela não foi morta pelo lobo, ou inventaram uma grande mentira sobre o fato de ainda estar viva. Mas o fato é que a velha estava viva mesmo.

Então a única coisa que parece fazer sentido, é que armaram pra cima do lobo. Sim! Vocês não assistem a novela das oito, A Favorita? Foi tudo tramado e premeditado. O lobo era inocente. Depois disso, todo mundo viveu feliz para sempre!? E a família do lobo? Alguma notícia? A mídia abordou o caso? Não! Tudo estava errado desde o início: a mãe, a garota, a avó e o caçador. Mas ninguém parece perceber as evidências.

Em suma o lobo tomou no toba! E eu, que não sou besta, continuo assistindo a novela.

Augusto F. Guerra

Januário e o causo da bicicleta


A vida de Januário, como a maioria dos nordestinos, era bastante difícil e sofrida. Acordava todos os dias às 3:30 da manhã. O café era simples. Um pãozinho francês dormido e um menorzinho*. A mulher despertava bem mais cedo, já que tinha que preparar o desjejum do marido. Àquela hora as crianças ainda estavam na cama. Por sorte tinham um pai, apesar de pouco instruído, muito consciente. Escola era prioridade para os filhos. Criança não trabalha! Mas a vida de Januario não era fácil. Além das poucas horas de sono, ganhava muito mal. O salário de bóia-fria era o suficiente para não morrerem de fome. O trabalho, no corte de cana, ficava a 10 quilômetros de casa. Todo dia ia e voltava a pé. Não era fácil. Mas um dia Tudo mudou!!! Juvenal comprou uma bicicleta!!! É... Não mudou tanto. Mas já lhe poupava de ter que andar tanto. Era uma bicicleta usada. Pintura vermelha, já um tanto descascada. Alguns pontos de ferrugem. O selim um tanto esfolado. Mas fora uma grande conquista. Depois de alguns anos de economia, a duras penas, adquiria seu mais precioso bem material depois de seu pequeno e velho casebre. Juvenal era daqueles sujeitos boa praça. Apesar de não ter nada, dividia tudo que tinha com todos(???). Outro dia dera metade do pão que comia para um pobre cachorro que lhe aparecera pela casa logo de manhã cedo. Era um homem de muito bom coração. Dizem até que vendo uma família na estrada certa feita deu todo o dinheiro que tinha no bolso para eles. Dois ou três reais, não sei ao certo. Mas voltemos a falar da bicicleta de Januário. O caso é que, dia desses, lhe pediram o veículo emprestado no trabalho, “Ô cumpade, me impresta a bicicreta pa mó dí comprá um fumo ali?”, ao que respondeu solidariamente Januário, “Má é craro, cumpade”. Era em torno de 10 da manhã. Passaram-se vinte minutos, trinta, uma hora, duas e nada do cumpade voltar. Duas horas da tarde. Nada do cumpade, Quatro horas, nada. Cinco e meia, nada ainda. Seis... Janúario resolveu ir caminhando para casa. Estava esgotado. Muito cansado mesmo. Era sábado. No domingo ia folgar. Já havia planejado um programão: ir à casa do cumpade Lau, com a mulher e os filhos. Que falta a bicicleta lhe fazia. Estava muito chateado. Depois de saborear o prazer de não mais ir andando para casa após o trabalho, vivera aquela penúria de novo. E por que? Por causa de um cumpade irresponsável? Mas o que poderia ter acontecido? Ao passar por um bar já perto de casa, avistara o cumpade que lhe pedira a bicicleta tomando uma pinga. Aproximou-se e perguntou, “Cumpade, ocê ta aqui? Cadê minha bicicreta”. O cumpade estava mamado*. Bebera desde que saíra de manhã cedo. “Cumpade Januário! Deve de tá La fora”. Januario deu uma espiadinha pela porta do bar. Não havia bicicleta nenhuma. “Num tá não, cumpade”, disse Januário. “Ah, cumpade, intão num sei não”. É... a bicicleta de Januário, conseguida com tanto suor e esforço esvanecera, se fora, escafera-se. E tudo por causa do cumpade pinguço. Outra não recebera como substituição. Comprar uma segunda bicicleta era praticamente impossível. O dinheiro não dava. Depois disso, voltaram os dias de penúria para se locomover para o trabalho. Pior era a volta, 10 quilômetros e cansado. Nunca mais emprestou, ou dividiu nada com ninguém. Pela roça corria o boato que Januario era sovina, canguinha, um miserável. Disseram até que, um dia desses, um pedinte lhe apareceu logo cedo pela casa para pedir-lhe um pedaço de pão, e Januário escorraçou o pobre coitado a pontapés.

Augusto F. Guerra

Psicose urbana


"Toc, toc". Algúem batia à porta. A velha senhora levantou-se para atender. "Toc, toc, toc, toc". "Calma, já estou indo" disse com voz lânguida, a anciã. Chegando à porta, destrancou a fechadura e girou debilmente a maçaneta. A luz ofuscante daquela bela manhã de sábado cegou por um instante sua visão. Antes que pudesse identificar o visitante, um disparo de arma de fogo cortou o harmonioso silencio matinal... Recebeu um tiro no meio da testa e caiu estendida no chão. Um homem: seu agressor. Usava maquiagem de palhaço, roupas de um bobo da corte e tinha um sorriso insano no rosto. As únicas palavras proferidas pelo agressor foram: "Dessa vez você esta morto, Batman".

Augusto F. Guerra

Desinfeliz


Andei. Acho que uns dez quilômetros. Olhei para trás, não vi ninguém. Continuei andando. Depois de mais algumas passadas avistei um velho homem sentado numa pedra na beira da estrada. Caminhei até ele. Cabeça baixa e mãos no rosto, ele não percebeu minha aproximação, por isso com voz suave, para que não se assustasse, perguntei, “Posso ajudar, amigo?”. Ele levantou a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos e úmidos. Seu semblante triste. Algo de grave parecia ter lhe acontecido. Não sei se morte, abandono ou tragédia. Ele me olhou fixamente nos olhos. E, antes de falar, deu um suspiro e disse de forma pesarosa e lânguida, “É que a vida é um eterno desassossego, moço”. Sentei-me ao seu lado e, como não o fazia há muito tempo, me pus a chorar.

Augusto F. Guerra

Graduado em moral


Olá! Meu nome é Joaquim Vasconcelos. Estou aqui escrevendo um pequeno resumo sobre o ultimo evento que realizei (oficinas e mini-cursos). Quem tiver interesse, após a leitura, pode consultar o link www.minhaconsciencia.eu.mesmo e obter mais informações sobre os mini-cursos e oficinas.

Resolvi trabalhar com uma área do conhecimento um tato abandonada nos dias de hoje: Ética e Moral. Sou graduado pela Universidade da Vida em Ciúmes e Cobranças. Tenho especialização em Insanidade. Fiz uma bela monografia: “Como enlouquecer a mulher que amo”. Três anos de produção. Para desenvolver essa pesquisa me foram fundamentais os 3 anos de graduação. Já comecei o curso fazendo estagio no primeiro semestre. Alguns pré-requisitos me foram necessários: Ter histórico de ciúmes na família, ser inseguro, ser inexperiente em relacionamentos, saber fazer cenas ridículas, saber cobrar e sufocar a companheira. Havia mais alguns outros, mas não os lembro agora. Acho que esses foram os principais. Tive até que fazer o teste de aptidão. Era simples: fazer cobranças idiotas de uma ficante em menos de uma semana. Passei tranqüilo.

Peguei matérias importantes para minha formação: Privação da liberdade alheia I, II e III; Inferninho I e II; Brigas e Discussões I, II e II(essa eu era craque); Acabando com a paz e a privacidade alheia I e II; Sufocando o outro I, II e III; Dramatização I, II e III; além de umas optativas tais como Armando o barraco I e Estragando a felicidade do outro. Mas durante o tempo de graduação, o que mais me marcou foi o estagio. Devido à minha grande aptidão para o curso, logo no primeiro mês de graduação já fui encaminhado. O estagio não era difícil: arrumar uma namorada e infernizar a vida dela. Fui aluno de destaque e condecorado. Sempre tirei notas máximas.

Apesar do meu sucesso nessa área ser eminente e certo, era essa uma área que me cansava um pouco; exigia muita energia física. Até que um dia um amigo me sugeriu fazer uma especialização em Consciência e Reflexão. Relutei um pouco, pois fugia da minha área e formação. Mas fiquei sabendo que além de ser de graça os lucros provenientes dessa pós-graduação eram muito altos. Então me joguei. Três anos de pós!!!.No inicio achei tudo muito estranho. Mas depois de um tempo tomei gosto pelos estudos. Algumas matérias eram bem interessantes: Respeitando o outro; A privacidade do outro é fundamental; Cada um tem seu espaço e seu tempo; Segurança e autoconfiança são importantes e Tome vergonha na cara e não se faça de vítima.

Apaixonei-me pelo curso. Hoje sou outra pessoa. Depois disso fiz mestrado em Altruísmo e doutorado em Ética e Moral. Dedico-me hoje a palestras, cursos e mini-cursos particulares e individualizados. Também presto acessória na área de Conselho é bom e Faça o que eu digo não faça o que eu fiz.

Descobri posteriormente, que não mentiram para mim quando me falaram dos lucros. Tenho que admitir que fiz fortuna nessa área.

Só mais uma coisa. É sobre o site que indiquei mais acima. Não precisa estar conectado à internet para acessá-lo. Na verdade nem precisa de computador.


Joaquim Alturakim